Yu Yu Hakusho na Mídia
No dia 18 de outubro de 1996, a Folha de São Paulo publicou uma matéria, dizendo que Yu Yu Hakusho foi proibido na Coréia, Indonésia e EUA por ser considerado "violento". E no dia 16 de novembro do mesmo ano, na Folha foi escrito que a Manchete cancelou a exibição do anime. Tudo porque um "procurador distrital dos Direitos do Cidadão" pediu esclarecimentos à Manchete no dia 18/10. Por isso, Carlos Chagas, diretor geral da emissora em Brasília, decidiu não mais exibir YYH "sequer em horários mais adiantados".
Informando a verdade: Yu Yu Hakusho foi "proibido" na Coréia porque já estava passando em cópias pirateadas e certos coreanos odeiam japoneses. E a pirataria de produtos japoneses corre solta pela Coréia. A Indonésia proíbe quase tudo que seja estrangeiro por pressão do governo muçulmano. Atualmente o anime é exibido nos EUA, mas na época aconteceu outra coisa. Os EUA não proíbem coisa alguma. Ocorre que a empresa de brinquedos Mattel (que produz a boneca Barbie) ameaçou retirar seus anúncios das emissoras que ousassem passar Sailor Moon, Dragon Ball e Yu Yu Hakusho. Lá, o animeYu Yu Hakusho faria parte de uma estratégia de marketing, que visa a venda de brinquedos. O que é realmente estranho é que um procurador faz uma pergunta à Manchete e um diretor resolve tirar a série do ar. Carlos Chagas nem deve ter assistido a um episódio qualquer da série, já que nem estava dublada ainda. Chama-se a isso polêmica barata. Apesar de tudo isso, no dia 17 de março de 1997 foi revelado ao Brasil o mundo sobrenatural de Yu Yu Hakusho.
Em abril do mesmo ano, saiu uma reportagem sobre o anime na Revista Veja na seção televisão, entitulada "Socos do Oriente", confira:
"O charme violento de Yu Yu Hakusho, o desenho que destronou Os Cavaleiros do Zodíaco" - Ricardo Valladares.
Desenho animado japonês tornou-se sinônimo de boa audiência. Foi assim com Os Cavaleiros do Zodíaco, estouro de dois anos e meio atrás, e é assim com Dragon Ball e Fly, que, exibidos pelo SBT, fazem 9 a 5 no Ibope contra Xuxa nas manhãs de sábado. Estreiou na semana passada, nos horários das 9h30 e 18hrs, Yu Yu Hakusho, desenho que bateu todos os recordes de audiência no Japão, superando o campeão anterior Dragon Ball, há onze anos no ar. Ao contrário de Os Cavaleiros do Zodíaco, desenho destinado ao público infantil, é um desenho para adolescentes que as crianças também gostam. Seu herói, Yusuke, que, quando vivo aturava a mãe alcoólatra e as pancadas dos colegas da escola, volta depois de morto para defender os bons contra os maus.
Desenho japonês é sinônimo de pancadaria, enredos amalucados e exuberância visual. Yu Yu Hakusho não foge à regra. Não é difícil ver o herói da série socando seus oponentes até sair sangue. Essa violência vem desde os tempos de Ultraseven e Ultraman, que arrancavam olhos e braços dos inimigos depois de ter destruído Tóquio inteira. Speed Racer primava pelos acidentes de carro espetaculosos. O enredo de Yu Yu Hakusho também é mirabolante, Yusuke trafega entre a Terra e o Mundo Espiritual. É um desenho feito sob medida para agradar aos adolescenter dos anos 90, que cresceram esmagando os crânios de seus coleguinhas no videogame e adoram histórias complexas que nem seus pais nem os irmãos menores conseguem entender. "Yu Yu Hakusho para mim foi uma surpresa, tem um dos melhores roteiros que já vi", diz o especialista Alvaro de Moya, 66 anos, autor de vários livros sobre quadrinhos e animação.
Licenciamento - O bom desempenho dos desenhos orientais no Ibope não ocorre por acaso. No Japão, o desenho é um negócio levado tão a sério como as novelas no Brasil. Eles ocupam 47% do horário nobre da TV japonesa. As histórias para os desenhos são tiradas dos mangás, revistas em quadrinhos com histórias e episódios. São vendidos 25 milhões de mangás por mês no Japão. Qaundo um deles faz sucesso, a história logo vira desenho animado e se torna um grande negócio, devido ao licenciamento. De 93 a 95, Yu Yu Hakusho faturou 50 milhões de dólares em 150 produtos vendidos, entre camisetas, lenços, guarda-chuvas e até carpetes. Fora do Japão, os maiores mercados desse tipo de desenho são França, Espanha, Itália e países da América Latina - eles fazem pouco sucesso nos EUA e nos outros países Europeus. "Choro, drama, gente se descabelando. Tudo lembra as novelas mexicanas, e latino gosta disso.", diz André Forastieri, editor da revista Herói, especializada em quadrinhos. A esperança dos produtores, pelo menos, é grande. O Brasil é o primeiro país ponto de exportação de Yu Yu Hakusho, pois o desenho não estreou na Europa nem nos EUA. A Tikara Filmes, que negocia os desenhos no Brasil, aposta nesse apelo para faturar alto com licenciamento, "O que dá dinheiro mesmo são os brinquedos", diz Patrícia Yoshizume, gerente da empresa. Dentro de um mês, devem chegar às lojas brasileiras os primeiros bonecos inspirados na série."
Informações retiradas do Wikipédia.